Linhas de Pesquisa
Sociedade, cultura e poder político no oitocentos
Essa linha agrega objetos de pesquisa que estão relacionados aos modos de viver e morrer na sociedade do Brasil Império. O período imperial no Brasil viveu a contradição entre a liberdade e a escravidão. A independência representou um momento de ruptura com um passado de amarras com Portugal, sem ampliar o conceito de liberdade para todos os membros da sociedade. Foi a partir desta ruptura que começou a se consolidar um ambiente institucional de cunho científico que ajudaria a forjar a imagem de uma nação, que se pretendia civilizada, e que estava em processo de construção. A escravidão, em contraposição, se aprofundou após a independência e marcou a sociedade do oitocentos até 1888, quando finalizou definitivamente esse regime no Brasil.
A sociedade do império, em construção nesse período, era composta por diversos sujeitos, em sua maioria trabalhadores pobres que sobreviviam num ambiente de precariedade de educação e cultura. Enquanto isso, os poucos que escreviam e liam, representados por uma classe de intelectuais que aglutinava poder político e econômico, tinham a possibilidade de produzir escritos, entre livros e impressos, e expressar e formar opiniões políticas na arena pública.
A complexidade da sociedade dos oitocentos, apesar de uma possível estabilidade política, nos provoca a colocar lentes de aumento sobre alguns pontos: os trabalhadores, os escravizados, os impressos, as instituições de ciência, as instituições de atendimento hospitalar, os médicos e os praticantes da arte de curar.
Portanto, essa linha de pesquisa agrega pesquisadores interessados em pesquisar a sociedade dos oitocentos no Brasil e a sua relação com o mundo no complexo emaranhado da modernidade.
Ações Atuais
- Projetos de pesquisa com bolsista de Iniciação científica FAPERJ e PIBIC-UERJ: “A resistência dos trabalhadores no Império do Brasil”, coordenado pela professora Renata Moraes
- Projeto financiado com apoio de pesquisa FAPERJ: “Os trabalhadores do Brasil: livres, libertos e escravizados na luta por direitos e liberdade no Império”, coordenado pela professora Renata Moraes
- Parceria com o Laboratório de estudos da história do mundos do trabalho (LEHMT – UFRJ) na produção da série “Mundos do Trabalho e Independência”
Grupos de estudos
Mundos do trabalho no século XIX e no pós-abolição
Esse grupo de estudo agrega alunos da graduação e pós-graduação, além dos bolsistas de Iniciação científica e possui a coordenação da professora Renata Moraes. O objetivo do grupo é discutir materiais, entre fontes e bibliografia, que abordem as questões relacionadas aos trabalhadores, livres e escravizados, no Brasil, com privilégio às ações realizadas por eles no Rio de Janeiro. O grupo acontece mensalmente e está aberto aos interessados na temática, que podem entrar em contato via email: professorarenatafmoraes@gmail.com
Publicações
Renata Figueiredo Moraes
Moraes, Renata Figueiredo. “Esse canto que devia ser um canto de alegria, soa apenas como um soluçar de dor” — Trabalhadores livres e escravizados no Rio de Janeiro (1830-1880). REVISTA MUNDOS DO TRABALHO, Florianópolis, v. 14, p. 1-19, 2022. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/mundosdotrabalho/article/view/82386 Acesso em: 23 set. 2022.
Moraes, Renata Figueiredo. “A rua era das negras e dos negros” – Os ganhadores que pararam Salvador. Resenha. TOPOI (Rio J.), Rio de Janeiro, v. 22, n. 47, p. 582-588, maio/ago. 2021 Disponível em https://www.scielo.br/j/topoi/a/FCqZMgTgB4LpvG48W4Npzsf/?lang=pt
Moraes, Renata Figueiredo. (2017). A escravidão e seus locais de memória – O Rio de Janeiro e suas “maravilhas”. ODEERE, 1(2), 33-58. https://doi.org/10.22481/odeere.v0i2.1556
Publicações
Monique de Siqueira Gonçalves
GONÇALVES, Monique de Siqueira. Pelas ruas da cidade: Mendicidade, vadiagem e loucura na Corte Imperial (1850-1889). REVISTA TEMPOS HISTÓRICOS, v. 20, n. 1, 2016. https://doi.org/10.36449/rth.v20i1.14678
GONÇALVES, Monique de Siqueira. Os caminhos da loucura na Corte Imperial: um embate historiográfico acerca do funcionamento do Hospício Pedro II de 1850 a 1889. HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA • Rev. latinoam. psicopatol. fundam. 12 (2) • Jun 2009. https://doi.org/10.1590/S1415-47142009000200013
Ferreira, Tania; RIBEIRO, Gladys; GONÇALVES, Monique (orgs.) O Oitocentos entre livros, livreiros, impressos, missivas e bibliotecas. São Paulo: Ed. Alameda; FAPERJ, 2014.