Marilene Rosa

Marilene Rosa Nogueira

O Leddes é fruto do trabalho iniciado por pesquisadores do Centro de Ciências Sociais – CCS, entre eles a professora Marilene Rosa Nogueira da Silva, que deu origem ao Programa de Estudos e Debates dos Povos Africanos – o PROAFRO.
No início dos anos noventa, o PROAFRO se estabeleceu como um centro de pesquisa e atividades de Extensão Universitária, com sede na UERJ, sob a responsabilidade do CCS. Seu objetivo era o desenvolvimento de estudos relacionados à História e Cultura dos povos africanos e afro-americanos. O desdobramento das pesquisas iniciadas nesse Programa, por parte dos professores Marilene Rosa, Ana Moura e Silvio de Almeida, deu origem à linha de pesquisa inicial do LEDDES, que sempre se pautou por uma participação ativa e horizontal entre docentes e discentes, tanto da graduação quanto da pós-graduação.

A professora Marilene foi pioneira nos estudos de escravidão que envolvem a reflexão acerca da escravidão urbana, com o livro “Negro na Rua: A Nova face da escravidão”, de 1988. Desde a criação do LEDDES comandou como uma líder esse laboratório, contando com ajuda e apoio de outros professores e de seus alunos, estudantes de graduação e pós-graduação. A partir de sua liderança as perspectivas de pesquisa em torno do eixo das desigualdades foram se ampliando, o que justificou a transformação do Laboratório em Grupo de Pesquisa do CNPq.
Marilene foi uma guerreira que enfrentou os desafios impostos a toda mulher historiadora e nunca fugiu da luta. Mesmo quando já estava com a saúde fragilizada não deixou de participar de atos e manifestações em defesa da UERJ e dos princípios democráticos, como os movimentos populares de rua contra o golpe de 2016. A mesma disposição que tinha para a luta, Marilene levava para a dança, atividade que adorava. Em todas essas ações sempre se colocava como uma mulher preta ciente de seus direitos e de sua luta, mas, sem mágoas, risonha e acolhedora, principalmente com aqueles colegas que estavam começando sua vida acadêmica.

No Departamento de História da UERJ esteve presente discutindo a Universidade e se disponibilizando para ajudar no que fosse preciso, oferecendo o espaço do Leddes para os que estavam chegando.

Axé a nossa bruxa! Era assim que gostava de ser chamada.